quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Extinto

 

Ah, como eu gostava de gostar de você!

Como era lindo seu modo de me encantar.

Com você aprendi amar detalhes...

Tão grandes de nós dois!

Ríamos juntos até de seu jeito desafinado

Quando timidamente cantava pedaços do Âmbar,

Uma canção tão nossa, tão minha, tão sua...

Em desatino, feito louco, te ouvia:

( ... tá tudo aceso, tá tudo tão claro em mim,

Tá tudo brilhando (...)  desde que vim morar nos seus olhos ...)

Ainda colado em seu corpo meu,

Suado, vibrante, brilhante, te adorava.

Hoje, saudoso, vejo a réstia de luz,

Do que foi um dia, um morro iluminado,

Adocicado por seu canto encanto,

Que, aos poucos se foi apagando,

E me vejo assim extinto, tudo parado,

Tudo morto em mim, desde que você,

Apagando o Âmbar de tão cálido amor,

Tirou dos seus olhos,

Os olhos que eram tão meus!  

2015.

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