sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

A lista


Uma música, não muito nova, mas bem atual, de Oswaldo Montenegro, tem o mesmo título deste texto. Um recado interessante, certamente compõe o pano de fundo do que o compositor coloca em seus versos. A canção remete à colagem do que compõem histórias de vida: amigos, conquistas, sonhos, mistérios, mentiras, perdas e danos. Enfim, coisas da vida.
Dessas que passam e nem sempre são percebidas com a ligeireza impressa pelo alucinante ritmo de viver. Quando se dá conta, é preciso fazer uma lista do que nem é mais. Talvez, apenas amontoados de coisas, para uma possível seleção.
Ao se falar em lista, por que não revisar o tema, já que o ano novo ainda inspira por rumos e roteiros a traçar, apesar de toda a incerteza de viver? A elas, pois.
Listar os livros lidos, as mensagens deles extraídas, e, em especial, aqueles que, fechados, esperam que as palavras do autor sejam desveladas, discutidas, debatidas, à caça de ressignificação.
Outra lista possível: das enunciações negativas com as quais se costuma – mesmo sob a inocente aparência do “nada a ver”, magoar pessoas, pelo simples fato de elas representarem, por exemplo, a gestão de um bem público. E, é claro, refletir e, se possível, reconstruir trajetos para tornar ditoso o bem comum.
Listar, ainda, as promessas feitas sob a forma de ameaça-desabafo, com o objetivo de inferiorizar os semelhantes, como se todo o poder do mundo coubesse, muitas vezes, em arroubos de “ganhar no grito” simplesmente, como desejo de marcar território num espaço em que o coletivo é ignorado. Pergunta-se: fazer o quê dessa lista?
Fazer, enfim, uma lista de coisas simples, que permita viver e bem viver preferencialmente!
22/06/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário