Depois
que a casa cai – se ainda restou o muro – é quase sempre aquele, o lugar para
as lamentações. Que o diga o Clube de Regatas Vasco da Gama, de São Januário,
para referendar apenas um dos times que deixará a elite do futebol brasileiro,
em 2009.
Dentre
as lamentações, é comum abrir a temporada de caça aos culpados, a ponto de se
esquecer de que a vida e as coisas que nela há são edificadas em conjunto, por pessoas,
responsáveis para orquestrar o ritmo e o compasso pretendido para fazê-las
acontecer.
Assim,
a cantilena que embala as lamentações ao redor do muro, soa com os versos
freqüentes, em forma de questões: por que não lá? Por que não na casa do
vizinho? Por que nesse ano? Não dava para esperar mais um pouco? Quem sabe a
gente encontre uma saída na próxima temporada? Dá para acreditar que isso tenha
de acontecer com a gente? E, por aí, vai...
Enquanto
as dores não se suavizam e a serenidade não seja bastante para retomar o raciocínio,
as cinzas da caminhada farão apontar culpas e culpados. Porém, em tempos de
quedas coletivas é preciso respirar e reconhecê-las como parte da vida. Não é
demais lembrar o que Fernando Pessoa evidenciou em versos “Eu nunca conheci
quem não tivesse levado porrada da vida” e o que Noite Ilustrada, ao cantar,
imortalizou: “Reconhece a queda/ E não desanima/ Levanta, sacode a poeira/ E dá
volta por cima.
É
possível, quando paralisado pela queda, que um pouco de poesia e de música
bastem para entender que quando se planta mal, colhe-se mal e que, no incerto
desenho da vida, haverá sempre um cenário novo e, nele, pessoas novas e, o novo
Sol, para aquecer dias melhores, e amalgamar o caminho a novas vitórias.
08/12/2008
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