É
fevereiro, 18. Temporada não só de carnaval. As águas do segundo mês do ano
levam, com suas enxurradas, as férias escolares, em especial, as das escolas
oficiais do Brasil. Já ecoa longe a lembrança das festas natalinas, de ano bom e
da quietude de janeiro.
As
aulas reiniciam. As ruas ganham vida: crianças, mochilas, carrinhos de material
escolar, uniformes movimentam-se: aquarela o quadro escolar. Descortinam-se,
para pais e alunos, expectativas e promessas. A vida escolar é um varal: nele
se estende mais um ano de esperanças.
Os
discursos de educadores e de pais evidenciam que a escola representa, de fato,
esse varal, mesmo que às vezes seja tanta a roupa a estender, pouco o prendedor
a fixá-las, ou mesmo a incerteza quanto à resistência da corda. Sobre ele as
expectativas de renovação repousam fixas, como roupa de festa.
Não
resisti à curiosidade do primeiro dia de aula e busquei na sinceridade das
crianças a confirmação da crença da educação escolar como um varal resistente. Do
segundo ano do ensino fundamental vem a resposta de uma garotinha à questão: por
que você está na escola? “Porque aprendo um monte de coisas”. E exemplifica:
“por que quando ficar velha vou ler as coisas; posso saber ler Mercado lá no alto e ler o nome de todas
as coisas que ele vende”.
A
fala da menina faz eco com a de um colega de quarta série. “Estou na escola
para ser alguém na vida; para ter uma boa profissão, para ter uma vida melhor,
para ser gente...”.
As
crianças desenham seus desejos e fixam-se em seus varais. Para isso, escola se
planeja, se critica e estuda-se, para estampar felicidades, já!
É
bom ouvir os sinais! É bom ouvir as crianças. Feliz 2009 letivo!
17/02/2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário